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Paraguai defende construção do ramal Cascavel-Foz do Iguaçu da Ferroeste

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O vice-ministro de Comércio do Paraguai, Agustín Perdomo, em reunião nesta quinta-feira (6) com o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, na sede da estrada de ferro, em Curitiba, defendeu a construção do ramal Cascavel-Foz do Iguaçu, para que seu país deixe de ser uma “rotatória ferroviária”, onde “tudo passa ao nosso redor”.

Segundo ele, o objetivo de sua visita foi de “dar prosseguimento ao projeto de levar a Ferroeste a Foz do Iguaçu, cruzar o rio Paraná através de uma ponte, e chegar ao Paraguai”, empreendimento – ressalta – que “envolve o setor público e o setor privado”. O dirigente lembrou que o Paraguai já tem um “compromisso assumido” de cooperar na construção da ponte ferroviária unindo os dois países.

“A integração do Paraguai, um país sem saída para o mar, com a rede ferroviária brasileira depende apenas de um de ramal de 170 quilômetros e de uma ponte sobre o rio Paraná, até Puerto Presidente Franco”, afirma Samuel Gomes. “Com a instalação de um terminal ferroviário no lado paraguaio, toda a produção – localizada em grande parte nas regiões fronteiriças com o Brasil, poderá ser embarcada já em território paraguaio e levada até o Porto de Paranaguá por ferrovia”, acrescentou.

De acordo com Gomes, a extensão de um ramal de Cascavel até a fronteira, unindo Foz do Iguaçu ao Paraguai, por uma ponte, “é uma obra perfeitamente viável, que se paga com a movimentação de cargas do Paraguai sobre a ferrovia”. O Paraguai movimenta de oito a dez milhões de toneladas por ano. Há uma década, lembra Gomes, por conta do alto custo do frete rodoviário, com a cobrança do pedágio, os produtores paraguaios deixaram de exportar pelo Porto de Paranaguá.

O presidente da Ferroeste lembra que parte do projeto de expansão da ferrovia está pronto. “O ramal já conta com projeto final de engenharia”, informa, que precisa apenas ser atualizado. A Ferroeste já investiu R$ 10,1 milhões nos estudos preliminares de viabilidade e parte dos estudos ambientais. A construção da ferrovia, incluindo a ponte ferroviária, ligando o Paraguai ao Brasil por ferrovia custará cerca de R$ 450 milhões. O trecho integra o corredor bioceânico Paranaguá-Antofagasta.

O presidente da Ferroeste defende a divisão da obra do corredor bioceânico em dois módulos. A prioridade para os produtores do Paraguai, segundo ele, é a construção do trecho entre Cascavel-Foz-Puerto Presidente Franco, no Paraguai. O segundo módulo, cortando o Paraguai, para posterior conexão com o sistema ferroviário argentino, e daí com o Pacífico, terá aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e será desenvolvido com a participação da Fepasa (Ferrocarriles del Paraguay).

Para o vice-ministro Agustín Perdomo, o essencial é que a ferrovia atravesse o rio Paraná. Depois, disse ele, “queremos que o trem continue andando até conectar-se com o sistema ferroviário argentino”. Mas este, segundo ele, “é um projeto à longo prazo”. Samuel Gomes disse que, no atual governo Roberto Requião, o diálogo entre os setores públicos e privados dos dois países tem feito “avançar a idéia de integração sócio-econômica, política e cultural da América do Sul, através de ferrovias e do desenvolvimento logístico".

Acompanharam o vice-ministro paraguaio, o chefe de gabinete, Oscar Cáceres, o diretor de Comércio Exterior, Carlos Paris, e os promotores de investimento Gustavo Gimenez e Horácio Miranda. Também participaram da reunião os representantes da Central Nacional de Cooperativas do Paraguai (Unicoop), Raúl Valdez, Augusto Olmedo e Luis Rafael Rabery. O grupo de produtores de médio e pequeno porte integra o “Projeto Cascavel”, que objetiva reiniciar as exportações paraguaias pelo Porto de Paranaguá, depois de uma década de paralisação, através de um acordo com a Ferroeste, a Receita Federal, e o porto seco instalado no terminal da empresa em Cascavel.

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