Ele não escolheu karatê. Queria lutar judô, quando os pais perguntaram. E, de fato, se inscreveu numa academia de judô (enquanto ainda morava em Medianeira, cidade onde nasceu). Mas, o karatê escolheu Nicolas da Silva, quando ele tinha uns nove anos. Na época em que a família se mudou para São Miguel do Iguaçu, não havia aulas de judô na cidade. “Entre ficar sem fazer nada e praticar karatê, fui para o karatê”, brinca Nicolas.
Nicolas da Silva, de 18 anos, morador de São Miguel do Iguaçu, treina com o apoio da Associação Evolução de Karatê, ligada à prefeitura da cidade e que já revelou vários talentos. “Os grandes responsáveis pelo meu sucesso são o Zilmar Tramontin e o Diego Pasini,” reconhece, referindo-se aos responsáveis pelo projeto. Nos fins de semana, ele também treina em Cascavel, para aprimorar os golpes. O objetivo é ficar entre os três melhores da categoria este ano para pontuar bem no ranking brasileiro e lutar pela vaga nas Olimpíadas de Tókio, no Japão, em 2020 – onde, pela primeira vez, o karatê será disputado como modalidade olímpica.
Nicolas é medalhista dos Jogos da Juventude, de regionais nacionais, bicampeão paranaense e campeão brasileiro pelo estilo Goju-ryu. No fim do ano passado, ele embarcou com a seleção brasileira de karatê para o Equador para disputar o Pan-americano. O Brasil ficou em segundo lugar na classificação geral, atrás apenas dos Estados Unidos (por causa de uma medalha de ouro). O Paraná tem sete atletas na seleção brasileira de base – que evolve categorias de 12 anos até sub-21. Nicolas da Silva é o único representante da região extremo oeste do Paraná.
Além de atleta, o jovem agora é universitário. Após passar no vestibular, Nicolas ganhou uma bolsa de estudos e vai cursar Educação Física na Uniguaçu. “Ainda tenho muito para conquistar na carreira esportiva, mas todos sabemos que é uma carreira com prazo de validade. Esse curso vai me dar a chance de seguir na área que eu gosto depois”, finaliza.