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Transporte e segurança são os grandes desafios para o Brasil na Copa 2014

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Além da construção e reforma de arenas esportivas, o Brasil tem um grande desafio a enfrentar para sediar a Copa de 2014: oferecer transporte público de qualidade para os visitantes. Em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro (ambas escolhidas para serem cidades-sede), o desafio é ainda maior e demanda um conjunto de soluções de transporte urbano.

Nesses grandes centros, é necessário que haja uma conjugação de projetos de transporte, como corredores de ônibus e linhas de metrôs, compostos de várias tecnologias e agindo de forma integrada, de acordo com o diretor-superintetendente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Marcos Bicalho.

Ele ressalta ainda que para atender todas as exigências da Federação Internacional de Futebol Associados (FIFA) no quesito transporte, os municípios deverão fazer uma parceria com o governo federal para garantir os investimentos. "As autoridades devem agir logo e definir o quanto antes os projetos e investimentos para conseguir realizá-los a tempo", afirmou. "Este tema deve ser tratado com muita atenção pelos governantes", disse.

Bicalho disse que há, em Curitiba, um sistema da década de 1970, que pode ser muito eficiente nas cidades-sede menores: o BRT (sigla em inglês para ônibus de trânsito rápido), uma espécie de trem articulado cujas tarifas são cobradas em estações e não dentro dos veículos, como nos ônibus convencionais. Segundo ele, o BRT tem uma velocidade de transporte mais rápida, além de mais regularidade no atendimento.

"O BRT tem um baixo custo de implantação se comparado ao metrô, por exemplo. Enquanto um quilômetro de metrô custa aproximadamente US$ 100 milhões, o BRT custa US$ 10 milhões", afirmou. O tempo de implantação do BRT também é inferior ao do metrô – o primeiro leva entre 24 e 36 meses para ser implantando, já o tempo do metrô é indefinido. "O de Belo Horizonte está em obra há 27 anos", ressaltou.

Conforme Bicalho, o transporte via BRT é um modelo brasileiro que já foi exportado para países como Colômbia e Chile. "A África do Sul também comprou para a Copa do Mundo do ano que vem", disse.

Segurança – "O problema da segurança pública é da maior importância para a Copa do Mundo”. A afirmação foi feita por Mauricio Murad, sociólogo e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e da Universo. Segundo ele, os conflitos entre torcedores em estádios não deverá trazer preocupações para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, mas é algo que deve ser resolvido e pensado para ficar como um legado para a sociedade.

Para o sociológo, o importante é que o país enfrente o problema da violência e tente resolvê-lo e não use como exemplo o que foi feito durante os Jogos Pan Americanos no Rio de Janeiro, em 2007. “O Exército ocupou as ruas e tivemos duas semanas de uma paz social bastante positiva. Mas isso significa que, quando a gente quer fazer, a gente pode fazer e sabe fazer. O problema é que, passadas as duas semanas do Pan, voltou tudo à estaca zero”, criticou.

Já o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, “só faz ter sentido uma Copa do Mundo no Brasil se servir de catalisador para resgaste do futebol como um espaço cívico”. Ele também defendeu a ideia do legado social da Copa do Mundo. “Não queremos melhorar o futebol para a Copa do Mundo, mas queremos que a Copa do Mundo ajude a gente a melhorar o Brasil”, disse o secretário.

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