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As vagas da JK e o xixi na rua: debates sobre cidadania

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Viver em sociedade pressupõe direitos e deveres. No campo dos direitos, há um limite tênue entre o exercício e o abuso. Para exemplificar, no entanto, não é preciso dissertar aqui sobre grandes temas, grandes assuntos, não que eles não sejam relevantes, mas é suficiente olhar para o lado enquanto caminhamos na rua e observaremos acontecimentos que ilustram o péssimo cidadão.
 


 

Na foto anterior, tirada na Praça da Paz, no Centro de Foz, um homem utiliza o espaço para satisfação de uma necessidade: fazer xixi. Para muitos, tal atitude pode parecer simples (e até comum). Mas é preciso se lembrar de dois fatos: primeiro, já evoluímos da vida selvagem e inventamos a privada e, segundo, a praça é um espaço, principalmente nos finais de semana, familiar, onde pais e filhos frequentam com seus brinquedos e cães. E ninguém vai gostar de, por exemplo, se sentar na grama regada à urina alheia.

Pelas praças e canteiros da cidade vemos, diariamente, outras atitudes “ruins” à convivência, como abandono de lixo e até as sujeiras dos cães. Confesso: eu mesmo tenho animal de estimação e sei que muitas vezes fui culpado por abandonar uma sujeira na rua, mas devemos nos policiar, pelo bem dos outros.

E a prefeitura tem que instalar banheiros públicos pela cidade.

Outro exemplo, para ilustrar algumas “crises” de cidadania, é o que vemos na foto abaixo, tirada há cerca de um mês. Repare.
 


 

Aparentemente está tudo certo na foto: carros estacionados. Mas se olhar com cuidado, vai perceber que eles, os carros, têm uma escada. Explico: na Avenida JK há um escritório de uma empresa de telefonia e os funcionários e prestadores de serviço (com seus carros munidos de escadas) estacionam dos dois lados da avenida e ocupam a maioria das vagas. O resultado é que moradores e clientes do comércio ficam sem lugar para estacionar. O que pode não parecer grave para muitos, é ruim para aqueles que precisam das vagas. E, para piorar, no local, há estacionamento rotativo, parquímetros, e não aparece ninguém – as mulheres de verde – para multar (ou mesmo orientar) esses “motoristas” desavisados.

Para termos uma cidade boa para todos, é preciso mais que um Poder Público atuante, é preciso a ação individual. Jogar lixo, fazer xixi nas áreas públicas e ocupar todas as vagas da rua em horário comercial são apenas pequenos exemplos mas, se hoje somos coniventes com pouco, vamos ficando anestesiados e, ao longo do tempo, tudo pode parecer normal quando, na verdade, não é.



 


 

 * Luiz Henrique Dias é escritor e analista urbano. Ele escreve todas as semanas aqui no Click e, diariamente, em seu site luizhenriquedias.com.br. O Luiz é um daqueles caras hipócritas que ficam reclamando das pessoas que fazem xixi na rua e deixam a sujeira de seus cachorros. Mas já flagramos ele mesmo abandonando “caca” do seu cachorro na calçada, o que prova que a cidadania ainda é um sonho distante, mas possível. Apesar dessa incoerência, sigam ele no twitter @LuizHFoz.

 

  A opinião emitida nesta coluna não representa necessariamente o posicionamento deste veículo de comunicação

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