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Decepções e revelações do Campeonato Paranaense de Futebol 2009

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Globo.com
Parafraseando o quadro do "Fantástico", da TV Globo, o Campeonato Paranaense de Futebol teve bons candidatos aos títulos de "Bola Cheia" e "Bola Murcha"

Antes do início de qualquer campeonato de futebol, cria-se uma expectativa em relação à participação de algumas equipes. Existem aquelas tradicionais, sempre tidas como favoritas a alcançarem boas posições nos torneios que disputam. Também há os times que fazem uma preparação visando alcançar colocações mais ousadas, que não condiz com a realidade do clube, mas acabam surpreendendo positivamente.

No entanto, times considerados tradicionais ou que possuem bons planejamentos acabam decepcionando. No Campeonato Paranaense, tanto da Primeira, quanto da Divisão de Acesso, exemplos como esses não faltam.

Surpresas desagradáveis – Entre os chamados times grandes do futebol, certamente o Londrina foi o que teve a campanha mais decepcionante da Primeira Divisão do Campeonato Paranaense. Tricampeão estadual (1962, 1981 e 1992), o clube sempre foi considerado o mais forte, fora da capital Curitiba. No entanto, na primeira fase do campeonato deste ano esteve por quase todas as rodadas entre os últimos colocados e o rebaixamento, após 15 rodadas, foi inevitável.

Outro clube que decepcionou os torcedores, mas sem ter muita tradição, foi o Toledo Colônia Work. Isso porque no campeonato anterior, o time então comandado por Rogério Perrô, conseguira o terceiro lugar, quase superando o Atlético Paranaense na semifinal. Porém, no ano seguinte (2009), o time lutou até a última rodada para não ser rebaixado e conseguiu se manter na elite, ao vencer o Foz do Iguaçu Futebol Clube por 4 a 1.

A explicação para este insucesso se deve principalmente a uma parceria malsucedida entre o Toledo e o São Paulo, onde o tricolor paulista cederia alguns jogadores para jogarem pelo clube paranaense, com a condição da comissão técnica ser do Estado paulista. Rogério Perrô passaria ao cargo de auxiliar-técnico, o que não aceitou, pedindo demissão e vindo treinar o Foz Futebol Clube.

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Dois times e duas expectativas frustradas aos iguaçuenses

Insucessos na fronteira – A cidade de Foz do Iguaçu passou 15 anos longe da Primeira Divisão do Campeonato Paranaense. Em 2008, após um grande apoio do setor empresarial da cidade e incentivo dos torcedores, lotando quase todos os jogos disputados no estádio do ABC, os dirigentes Loiri Dalla Corte e Arif Osman conseguiram subir o Foz do Iguaçu Futebol Clube à Primeira Divisão. Mas a conquista não foi fácil. Estendeu-se pelos tribunais durante meses, após o abandono de campo do Operário na última rodada do Quadrangular Final, devida a marcação de um pênalti a favor do Foz aos 41 minutos do segundo tempo, quando a partida estava empatada em 2 a 2, resultado este que classificaria o time de Ponta Grossa. Apenas a vitória interessava ao clube iguaçuense.

Na elite do futebol estadual, o Foz do Iguaçu Futebol Clube tinha um dos maiores orçamentos dos times do interior, girando em torno de 70 a 80 mil reais, e, ao que parece, não soube administrar. Salários atrasados nunca foram os problemas do clube, mas a impressão que ficou é que com o dinheiro que o time recebia daria para montar um elenco forte, capaz de brigar por pelo menos uma vaga na série D e Copa do Brasil.

Mas também haviam gastos. Um deles, por exemplo, era o aluguel para mandar os jogos no estádio do ABC, entre 6,5 mil e 7 mil reais que aumentava ainda mais em jogos noturnos, devido ao uso da iluminação. Além disso, a concentração dos jogadores era bancada pela diretoria. A “Casa do Atleta” é um imóvel alugado, com o pagamento de dois funcionários que cuidam do lugar onde os jogadores ficam concentrados. Os dirigentes do Foz também pagavam alimentação, contas de água e luz, uso de internet para os atletas, em outras palavras, não faltava absolutamente nada aos atletas. Mas então, o que deu errado?

Ao ser rebaixado, a impressão que se teve é que tudo havia sido desperdiçado. Algumas semanas depois, os dirigentes Loiri Dalla Corte, o Lóli, e Arif Osman anunciaram à imprensa local sobre a participação de um time, que estava situado em Umuarama e passaria a mandar seus jogos em Foz do Iguaçu, que disputaria a Divisão de Acesso ainda em 2009, representando a terra das Cataratas, sem a necessidade da espera de um ano pelo Foz Futebol Clube. Caso o AFA ganhasse a vaga na Primeira Divisão, ela pertenceria à cidade de Foz do Iguaçu, embora não houvesse nenhum documento oficial que garantisse isso.

Praticamente os mesmos patrocínios do Foz Futebol Clube continuaram no time do AFA. A diretoria iguaçuense esteve encarregada da parte administrativa e o presidente da AFA, Terra Junior, entrou com a vaga na Segunda Divisão. A equipe teve a menor preparação para o campeonato em relação aos outros times, em virtude do impasse que se estabelecia entre o clube e a Federação Paranaense de Futebol. No entanto, nem por isso pode ser considerada a pior. Teve uma ótima estrutura de preparo, concentrando-se na usina de Itaipu e sendo treinado por Rogério Perrô, que havia pedido demissão do Foz Futebol Clube quando faltava uma rodada para terminar o campeonato.

O que deveria ser a retomada de um sonho para a cidade, tornou-se pesadelo. O time teve campanha pífia na primeira fase, mas conseguiu a vaga para o Hexagonal Final na última rodada. Mas não foi só porque avançou na competição que o time passou a fazer uma boa campanha. Com mais derrotas do que vitórias, o time agora treinado por Ivan Carlos (Rogério Perrô fora demitido ainda na primeira fase) sustenta a última posição da tabela de classificação até o momento, com apenas duas vitórias. É mais uma decepção para os torcedores iguaçuenses que passaram a se desmotivar com o futebol profissional na cidade.

Boas campanhas – Mas não foram só surpresas desagradáveis que marcaram o futebol paranaense em 2009. Times que não estavam cotados entre os favoritos, fizeram boas campanhas nos torneios. É o caso de J-Malucelli (hoje chamado de Corinthians Paranaense, após uma parceria com o clube paulista) e do Nacional de Rolândia.

O J-Malucelli terminou o Campeonato Paranaense na segunda posição, perdendo o título para o Atlético por um ponto, justamente devido ao regulamento do campeonato, em que o primeiro classificado na primeira fase avançaria com dois pontos e o segundo com um. O Nacional de Rolândia veio da Divisão de Acesso (subiu junto com o Foz) e teve participação considerada boa no torneio. Ficou na quarta posição e por pouco não garantiu uma das vagas às competições da CBF.

Na Divisão de Acesso 2009, Serrano e Arapongas são os times do interior que continuam na briga por uma vaga na elite do futebol estadual. O time de Prudentópolis ocupa a segunda posição do Hexagonal Final, com 13 pontos e o Arapongas está em terceiro, com 11. Restam três jogos para o fim do torneio e dois clubes apenas sobem para a Primeira Divisão em 2010.
 

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