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Delegacia indicia ex-deputado Carli Filho por duplo homicídio

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A Delegacia de Delitos de Trânsito de Curitiba finalizou, terça-feira (11), o inquérito sobre o acidente que matou os jovens Carlos Murilo de Almeida e Gilmar Rafael Souza Yared e deixou gravemente ferido o ex-deputado Fernando Ribas Carli Filho. Segundo a polícia, a causa do acidente foi a alta velocidade do veículo somada à embriaguez do ex-deputado, que estava a 167 km/h, quando atingiu o Honda Fit a uma altura de cerca de um metro do chão. Carli Filho foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual (quando o agente não quer o resultado mas assume o risco que a atitude pode produzir).

“De acordo com os laudos do Instituto de Criminalística o deputado precisaria perceber a presença do veículo dos rapazes a pelo menos 200 metros de distância para ter alguma chance de evitar a tragédia. Com certeza, a altíssima velocidade somada à influência da bebida alcoólica foram as causas deste gravíssimo acidente de trânsito que tirou a vida de dois jovens”, disse o delegado Armando Braga de Morais Neto, chefe da Dedetran.

O inquérito que agora será entregue ao Ministério Público possui 668 folhas, depoimentos de 33 pessoas e diversos laudos do Instituto de Criminalística e também do Instituto Médico-Legal. Na sexta-feira (07), o delegado recebeu os últimos três laudos do Instituto de Criminalística, que determinaram conclusivamente a velocidade do Passat dirigido por Carli Filho, no momento do acidente.

Todos os documentos são baseados na reconstituição do acidente, nas imagens de vídeo do posto de combustível, no levantamento feito no local da colisão, nas características de desempenho dos veículos, nos danos que os carros sofreram e nas posições iniciais e finais deles.

EXAMES – Além destes três laudos com informações técnicas sobre o acidente, outros três laudos, os de necropsia das vítimas, e o de dosagem alcoólica e análise toxicológica através do sangue do deputado, todos feitos pelo IML, já haviam sido anexados ao inquérito para apontar dados sobre o acidente. O exame de dosagem alcoólica comprovou que o deputado estava embriagado na madrugada do acidente, 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue. Para o Código de Trânsito, artigo 306, 6 decigramas já caracteriza crime. Já o exame toxicológico realizado na amostra de sangue do deputado apontou que não havia vestígios de anfetaminas ou cocaína no material analisado.

O ex-deputado Carli Filho já foi indiciado por duplo homicídio com dolo eventual pelo delegado Armando Braga, da Delegacia de Delitos de Trânsito, em 9 de junho, depois do depoimento prestado pelo ex-parlamentar, quando garantiu não se lembrar de nada do dia do acidente. Em 22 de junho, foi feita a reconstituição do acidente, que foi base para os laudos do Instituto de Criminalística. “Agora com a entrega dos últimos laudos, o inquérito que já foi finalizado, será entregue ao Ministério Público, que tomará as providências finais”, explicou Braga.

ACIDENTE – Na madrugada de 7 de maio, Carli Filho provocou a colisão em que morreram dois jovens, no bairro Mossunguê, em Curitiba. Laudo do Instituto Médico-Legal aponta que ele estava sob efeito de bebida alcoólica, na hora do acidente. Carli Filho foi multado 30 vezes nos últimos seis anos. Do total, 23 foram por excesso de velocidade. Como não recorreu de sete infrações, ele teve a habilitação cassada e não poderia dirigir desde julho do ano passado. Sobre os 130 pontos acumulados na carteira de habilitação, em virtude das multas, o ex-deputado disse ao delegado que vários assessores dirigiam o carro, por conta da campanha eleitoral em 2006 e outros compromissos de agenda.
 

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