Previous slide
Next slide

Desrespeito às normas de acessibilidade e mau atendimento são barreiras aos idosos

Previous slide
Next slide

A Constituição Brasileira assegura o direito de todo cidadão de “ir e vir” livremente. Porém, na prática essa condição não é tão simples para pessoas com mobilidade reduzida, como portadores de deficiência, idosos, obesos e gestantes. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em parceria com o Comitê Brasileiro de Acessibilidade, fez sua parte e estabeleceu a NBR 9050, com parâmetros técnicos a serem respeitados na construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Contudo, basta olhar com um pouco mais de atenção pelas ruas para identificar problemas.

No caso dos idosos, por exemplo, a perda da força muscular é um dos efeitos naturais do envelhecimento. Com isso, uma ação como usar o transporte público, muitas vezes, é um desafio pela altura dos degraus. Outra situação é a espera de idosos em pé em filas de estabelecimentos, como agências bancárias, lotéricas e alguns serviços de saúde. O ideal é ter bancos para eles aguardarem sentados até o atendimento. Além destas alterações, vale chamar atenção para a melhora na acessibilidade por meio de rampas e barras.

A normatização é importante para proporcionar às pessoas – independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percepção – a utilização de maneira autônoma e segura dos ambientes urbanos. “Se fosse seguida à risca, a vida dessas pessoas seria mais fácil. Infelizmente, a realidade é diferente e é pensando nisso que trabalho com meus pacientes o fortalecimento muscular e também uma postura mais segura para enfrentar essas situações. A fisioterapia especializada em idosos – inclusive a preventiva – deve considerar essas ‘barreiras’ cotidianas. Exatamente por isso que eu opto pelo atendimento domiciliar, o que me permite vivenciar plenamente a rotina dos meus pacientes, ter contato com o dia a dia deles e as possíveis ‘barreiras’ existentes na própria residência, a resposta é muito positiva”, comenta a fisioterapeuta Cristina Ribeiro, especializada no atendimento de idosos.

Lar doce lar – E falando em casa, não são apenas as ruas que merecem atenção. O ambiente domiciliar precisa ser adaptado para facilitar a mobilidade dos idosos e evitar quedas e outros acidentes. O uso de tapete antiderrapante no banheiro; evitar degraus; cuidar da luminosidade dos ambientes – nada de excesso ou escuridão, pois as duas situações representam risco; uso de móveis ergonomicamente compatíveis com as necessidades do idoso residente; e atenção na escolha de revestimentos e pisos, são alguns exemplos.

Os condomínios também precisam estar atentos. Áreas de uso comum devem pressupor a existência de moradores com limitações de locomoção e outras necessidades especiais, bem como saídas estratégicas para a retirada dessas pessoas em caso de emergência.

Postura – A fisioterapeuta Cristina ressalta que, além do respeito às normas de acessibilidade, é preciso adotar posturas mais receptivas com esse público especial. Por causa da perda da força muscular é natural que o idoso demore mais para atravessar a rua ou subir escadas. Se somarmos a isso um motorista impaciente buzinando para apressá-lo ou alguém rindo dele na escada, o idoso ficará nervoso e, possivelmente, demorará mais ou, até mesmo, poderá cair. “Quando um idoso estiver atravessando a rua, esteja você a pé ou de carro, tenha paciência e, se não puder ajudá-lo, ao menos respeite o tempo dele”, defende Cristina.

A orientação dos profissionais que trabalham com atendimento também é importante. Independente do local (hospital, mercado ou outro estabelecimento), é preciso paciência para ouvir as necessidades desse público, explicando com atenção e verificando se ele entendeu o que foi dito. Idosos se queixam com frequência de falta de atenção quando procuram serviços de saúde. “Vários pacientes reclamam que passam por vários locais até chegar ao correto, por falta de orientação clara. Eles se sentem desrespeitados e excluídos. A população de idosos está crescendo e essas atitudes precisam ser reformuladas. Além disso, também seremos idosos e desejaremos um tratamento de qualidade e respeito”, finaliza a fisioterapeuta gerontológa Cristina Ribeiro.
 

Previous slide
Next slide