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Foz não é só uma cidadezinha do interior, é uma cidade global

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O que esperamos para o futuro de Foz do Iguaçu e que já está acontecendo, é que a mentalidade está mudando, a cidade não é mais tão tradicional, está globalizada. Ela é a primeira cidade globalizada da América do Sul, por ser a maior fronteira do Brasil e por ter dois grandes países ao lado, Argentina e Paraguai. Mas, mais ainda, é um epicentro do mercado entre Córdoba, na Argentina, e o Rio de Janeiro.

Além disso, a cidade tem a maior produção mundial de energia, o que foi vital para o século passado e mais ainda para o século que estamos entrando agora. Aqui, temos energia tradicional (hidrelétrica) e temos a possibilidade de expansão de energia solar.

Em segundo lugar, Foz do Iguaçu conta com um Parque Nacional de caráter único no mundo, porque ele é binacional, ou seja, este patrimônio da humanidade declarado pela Unesco, deve projetar um futuro, muito mais forte para a cidade, no sentido de pesquisa, no sentido de desenvolvimento, de realização de workshops, seminários, congressos e isso fatalmente vai acontecer, este é o futuro da cidade.

E o terceiro, eu penso que seria aquilo que já está acontecendo, o desenvolvimento do conhecimento. Através das universidades que estão chegando, como a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, que não é uma Universidade tradicional do Brasil, mas uma Universidade Federal Aberta, trazendo gente de toda a América Latina e integrando conhecimento e cultura de tantas partes. Nós estamos nos primórdios da Unila, ela é um projeto para 10 mil alunos e estamos com cerca de 3 mil em sete anos de funcionamento. Ela tem um corpo docente extremamente qualificado, com cursos de excelência e, isso dito não por mim, mas pelo MEC. Os cursos da Universidade tem um alto nível, com notas 4 a 5 pontos, que é o máximo. Isso projeta a cidade para ser um grande centro divulgador e executor de conhecimento, mas não é um conhecimento tradicional, é conhecimento de futuro. Veja os cursos que a Unila tem, não é um curso de barragens, é de grandes barragens, não é um curso de economia, é de economia latino-americana, todos os cursos voltados para fora do Brasil, o que reforça a ideia de integração.

E tudo isso está acontecendo em Foz do Iguaçu. Por quê? Porque nós somos uma cidade cada vez mais integrada ao Paraguai (Cidade do Leste) e Argentina (Puerto Iguazu). As três estão cada vez mais próximas, e esta aproximação se dará no conhecimento científico e no desenvolvimento tecnológico. Bobagem pensar em constituir na cidade um polo industrial, isso é passado. Nós temos que constituir o que já existe, como um polo de conhecimento tecnológico. O Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), tem este polo. É esta a ideia de futuro! É você projetar novas tecnologias, dentro daquilo que é inovação, como na área de informática.

Outra área essencial para a nossa sobrevivência é a água. E o PTI também tem um setor designado para estudos de questão de água, que aqui envolve o Lago de Itaipu, Rio Iguaçu, Rio Paraná e o Aquífero Guarani. Isso tudo mostra a dimensão, a pujança, o crescimento da cidade nesta área.

Bom, evidentemente que o setor turístico cresce e vai continuar crescendo. Mas, ele vai crescer nesta perspectiva, com turistas o ano todo, com congressos, encontros, com grandes e monumentais shows internacionais, como começa a ser ensaiado por aqui. Hoje, Foz do Iguaçu já está atraindo de Curitiba, de São Paulo, de Porto Alegre, grandes grupos de cultura, de shows musicais, etc. Por quê? Porque projeta-se isso exatamente isso para o futuro.

A cidade não é só uma cidadezinha do interior, pelo contrário, é uma cidade global. Obviamente vem gente de fora e vai vir cada vez mais gente de fora. E nós, nas nossas escolas e universidades, teremos que trabalhar muito para tirar este pensamento da população, principalmente através da imprensa. Nós já temos profissionais formados, nós já temos grandes grupos organizados, mas é preciso que a mentalidade seja outra. Claro que isso vai mexer também na parte social da cidade. É preciso que as desigualdades sejam reduzidas ao máximo. Assim, a cidade irá mudar completamente seu perfil, será outra cidade, como já está acontecendo. Eu acredito que esta é a segunda grande mudança que Foz está passando. A primeira, foi quando começou a construção da a Itaipu, na década de 70. Hoje, a Unila, a nova mentalidade que a cidade está vivendo, os novos investimentos que estão sendo feitos é uma nova cidade que está surgindo. É um novo impacto. E é muito mais forte, que o primeiro, porque Irá transformar a vida de todo mundo.

* José Afonso Oliveira é sociólogo e professor universitário em Foz do Iguaçu.

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ESPECIALISTAS ANALISAM AVANÇOS E FUTURO DE FOZ, QUE COMPLETA 104 ANOS NESTE DOMINGO, 10

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