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Todo Carnaval Tem Seu Fim

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 Vamos iniciar pela questão cultural, que não gera divisas, mas nos une como comunidade: o carnaval, na sua mais perfeita definição, não existe em Foz do Iguaçu. A festa, representação da cultura, da criatividade, da alegria e da união de pessoas, nos dá três opções: ficar em casa vendo desfiles das escolas paulistanas e cariocas, ir a um baile pago para encher a cara ou participar do “carnaval popular” da cidade. E garanto serem, as três opções, deprimentes.
 
Quanto a ficar vendo televisão, não comentarei.
 
Pagar cerca de R$ 180,00 reais para participar de carnavais particulares, que anunciam “open bar apenas para maiores de 16 anos”, o que é a chave para conviver com pessoas bêbadas ao extremo, ouvir “hits” do momento – que nada têm de carnaval – e voltar para casa um pouco mais burro do que quando saiu, também não é digno.

A única opção seria, então, frequentar o carnaval da cidade, perfeitamente planejado para tudo, exceto para a liberdade criativa do público. Temos um carnaval formatado por burocratas, em um local de péssimo acesso para quem vai de ônibus, sem estacionamento adequado, longitudinalmente extenso e isolado da cidade, onde toda a programação é previamente montada sem qualquer participação da comunidade. Esta, inclusive, só se for pagante, pois, como atração, ficou impedida, uma vez que não houve desfile das escolas de samba: as verdadeiras manifestações carnavalescas, representantes da união de comunidades inteiras, dispostas a trabalhar meses (sem estrutura e recurso) para desfilar por uma hora na avenida. A burocracia aplaudiu a ausência delas.

Deixando de lado a questão cultural e pensando apenas na questão turística, Foz continua sendo uma cidade com pontos de visitação, mas sem outras opções para o turista.

E olha que a taxa de ocupação foi grande neste feriado.

O turista vem para a cidade, visita Itaipu, vai às Cataratas e depois se entranha no Paraguai ou na Argentina, de dia para comprar e, à noite, para jogar nos cassinos. Só volta para Foz para dormir ou, no máximo, para ver algum “show cultural” – que nada tem a ver com a cidade – em alguma churrascaria para turistas. Os visitantes não conhecem o cotidiano da cidade, não prestigiam nosso comércio, não apreciam nossa gastronomia como deveriam. E as atividades para manter o turista na cidade (como o Carnaval Popular, por exemplo) são, como falei, formatadas para tudo, menos para o público.

Aí o turista vai embora falando das belezas naturais e só.

E a nossa cultura (nessa época representada pelo carnaval da cidade) continua minguada, agonizando sem dinheiro e cada vez mais desqualificada pelo próprio poder público, através de seus burocratas, que se julgam espertos. Só se julgam.

 

 

 

 


 
 

 *Luiz Henrique Dias é dramaturgo e apaixonado pela cidade, mas ele se magoa com muita coisa, inclusive com a falta de preparo dos gestores para entender o que é uma sociedade e como ela se organiza. O Luiz tem um blog, o blogdoluiz.com.br e pode ser seguido no twitter: @luizhdias.
 

 

 

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